terça-feira, julho 26

Dirceu: identidades do ex-ministro

O mineiro José Dirceu de Oliveira e Silva deixou a Casa Civil propagando que sabe "lutar na planície e no planalto". Zé Dirceu, 59 anos, já lutou em paisagens bem mais áridas. Foi preso político, militante clandestino nos anos 60, aluno de cursos de guerrilha em Cuba e camuflado como comerciante de roupas no interior do Paraná.
A volta é a faceta mais lembrada do período como perseguido político. O estudante que desembarcou em Cruzeiro do Oeste, no Paraná, estava irreconhecível. Em Cuba, havia operado o rosto. A cirurgia plástica alterou as maçãs do rosto e o nariz, que ficou maior. Não era Zé Dirceu nem Daniel, mas o comerciante Carlos Henrique Gouveia de Melo - sua nova falsa identidade. Carlos Henrique escorava-se no balcão de uma loja de roupas, vendia calças e casacos sob medida. Nem a mulher com quem vivia, Clara Becker, sabia que aquele era um procurado. Só em 1979, com a anistia política, Carlos revela a Clara que era na verdade um ex-aprendiz de terrorista.

Mais no clipping (Zero Hora) da Divisão de Comunicação da PF de 17/6/2005